​Protestos em Marrocos contra subida de preços de bens essenciais

“O povo quer que os preços
baixem” e “porque somos pobres, porque somos governados por
ladrões” foram alguns dos ‘slogans’ entoados por várias dezenas de
manifestantes que se reuniram diante do Parlamento, em Rabat, no meio de uma
discreta presença policial.Em cartazes, podia ler-se: “o meu país
tem costas, mas a sardinha é cara”, “o meu país é agrícola, mas os
legumes são caros para mim” ou “unidos contra o aumento dos
preços”.’Slogans’ semelhantes podiam ser ouvidos
noutros protestos organizados em cidades como Kenitra, Salé, Marrakech,
Larache, Tânger, Beni Melal, Juribga, Safi, Uchda, Nador e El Jadida, de acordo
com vídeos divulgados nas redes sociais.Os protestos foram convocados pela Frente
Social Marroquina, que integra organizações não-governamentais (ONG), como a Associação
Marroquina dos Direitos Humanos (AMDH), sindicatos, como a Confederação
Democrática do Trabalho (CDT), e partidos de extrema esquerda como a Via
Democrática e a Federação da Esquerda Democrática (FDT).De acordo com um comunicado da Frente,
foram convocados protestos em 57 cidades.Os preços dos bens de primeira necessidade
subiram nos últimos meses, coincidindo com o mês de jejum muçulmano do Ramadão,
quando o consumo sobe em flecha.Recentemente, o Ministro da Agricultura
marroquino, Mohamed Sadiki, atribuiu o aumento dos preços dos alimentos aos
efeitos da seca e da inflação global dos preços das mercadorias devido à guerra
na Ucrânia, e acrescentou que os preços vão descer nas próximas semanas.No final de fevereiro, a inflação em
Marrocos situava-se em 10,1%, em comparação com o mesmo mês do ano passado,
principalmente devido ao aumento dos preços dos alimentos, que aumentaram 20,1%
em termos anuais.